segunda-feira, 8 de abril de 2013

A Comissão de Festas

 

Para a organização destas festividades em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, a cada ano é eleita uma Comissão de Festas composta por dois homens casados, sendo um deles o Juíz, e dois homens solteiros e ainda duas mulheres solteiras, as mordomas (Juíza e Procuradora).

Os elementos da Comissão de Festas por regra são eleitos uma única vez e quem faz a festa em solteiro não a faz em casado. A não ser por vontade própria. A Comissão da próxima festa é escolhida pela comissão cessante.

À Comissão cabe a responsabilidade de organizar todos os aspectos da festa, tanto a componente religiosa, em coordenação com o pároco local, como da profana ou de entretenimento.

Uma vez tomada a posse, o que acontece após a nomeação e o encerramento das contas da festa terminada, normalmente pelo início de Setembro, a nova Comissão inicia logo os preparativos. Por tradição realiza o peditório pela freguesia por início de Novembro, designado de peditório da Esmola da Eira. Na origem era uma oferta em cereal, milho ou feijão, e servia de adiantamento ou preparo para as despesas. Hoje em dia o pagamento é feito em dinheiro e é realizado em simultâneo com o peditório principal, evitando-se assim uma segunda volta.

De todo o modo, o peditório acaba por ser mais uma tradição e uma espécie de apresentação da equipa à freguesia, pois na realidade os guisandenses têm a tradição de fazer o pagamento da oferta durante os dias da festa. É nesta altura que o grosso da receita é recebido.

Durante o resto do ano até à data da festa, há muito trabalho e canseira a requerer coordenação e acção, como a contratação dos artistas e grupos, a contratação dos aspectos logísticos, como o palco, som, luz e ornamentação, foguetes, etç, bem como a angariação de receitas suplementares, como a publicidade/patrocínios, venda de rifas, etç.

As mordomas têm a função de organizar os aspectos relacionados com os andores, flores, passadeira do percurso, etç. Noutros tempos tinham a função de organizar a preparação dos enfeites e ornamentação mas desde há vários anos que essa é uma parte realizada por empresa contratada.

As mordomas principais (Juíza e Procuradora) angariam a receita junto das mordomas secundárias, raparigas solteiras e adolescentes, cuja lista vai sendo actualizada de ano para ano. Estas mordomas secundárias podem ser nomeadas por vários anos. A sua responsabilidade, uma vez que deixou de haver a tarefa de se fabricar artesanalmente os enfeites, em que teriam que ajudar, resume-se actualmente à contribuição de uma verba em dinheiro para além do dever de ajudar na preparação da passadeira do percurso da procissão.

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